Este foi o relato de Kika Bradford, que fazia com ele a escalada do Monte Fitz Roy, na Argentina, ao amigo e também escalador André ilha, diretor do Inea (Instituto Estadual do Ambiente). Bernardo quebrou a bacia e teve hemorragia interna. Ainda não houve socorro.
O motivo da queda foi a saída da “ancoragem” da base. Kika já tinha descido pela mesma corda e aguardava o companheiro em um platô. Os dois não chegaram a alcançar o cume – decidiram dar meia-volta por causa do mau tempo –, embora estivessem muito próximos, por volta das 10h de segunda-feira. Foi quando aconteceu o acidente.“Kika conseguiu trazê-lo até o platô, mas depois de 15 minutos ele continuava inconsciente. Acordou delirante, falando coisas sem sentido. Os dois concluíram que a única maneira de os dois sobreviverem era ela descer rapidamente e conseguir socorro aéreo. Ela pôs Bernardo dentro do saco de dormir e desceu”, afirmou Ilha.
Kika conseguiu chegar à base às 15h de terça-feira. Não foi possível ocorrer resgate.
Embora não seja tão alto em comparação a outras (3.375 metros), o Monte Fitz Roy é tido como uma escalada muito técnica por suas paredes verticais e pelas condições climáticas muito instáveis.
De acordo com André Ilha, Kika está “abaladíssima”, mas não tem sentimento de culpa porque os dois tiveram atitude sensata.
“Nenhum sentimento de culpa, porque ela fez o melhor para os dois. Mas está em choque e muito triste, porque são grandes amigos”, disse.
Não foi o primeiro acidente grave de brasileiros escalando na América do Sul. Em 1998, outros montanhistas de elite morreram tentando atingir o cume do Monte Aconcágua, na fronteira da Argentina com o Chile, pela parede sul.
Mozart Catão - primeiro brasileiro a subir ao Everest, ao lado de Waldemar Niclevitz -, Alexandre Oliveira e Othon Leonardos morreram após serem atingidos por uma avalanche.
(Fonte: IG Esportes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário