Não é a toa que a mais de dez anos fundamos o Grupo Terralimpa com o objetivo de divulgar a consciência ambiental e a cultura da preservação das trilhas. Boa sinalização, drenagens e degraus de contenção para evitar erosões e minimizar os impactos sobre a fauna e flora locais sempre foram e continuam sendo nossa estrela guia.
Tantos anos de caminhadas, preservação e ricas amizades nos renderam muitos frutos, e um deles recentemente nos chegou em forma de presente.
Em março último, recebemos um e-mail do nosso amigo Pedro C. Menezes, atualmente residindo na Cidade do Cabo-South Africa. Mensagem que simplismente nos convidava a percorrer a trilha Hoerikwaggo na África do Sul que atravessa em sete dias de ponta a ponta o Parque Nacional da Montanha da mesa, do Cabo da Boa Esperança atravessando praticamente todas as montanhas em seu trajeto até chegar no centro da cidade do Cabo, cidade esta que já haviamos tido o prazer de conhecer ano anterior. Em tal ocasião haviamos percorrido algumas trilhas da Montanha da Mesa, o que não sabiamos é que a África do Sul é considerada referência mundial em manejo de Parques e trilhas.
Feito o convite para tal "overdose" de manejo de trilhas por sete dias, só nos restou aceitar e nos preparar para a "Expedição Hoerikwaggo".
Não era apenas uma longa caminhada carregando enormes mochilas com barracas e comida por sete dias sem fim, era sim, a oportuniddae de conehcer como se planeja uma trilha onde o Parque disponibilza abrigos de montanha confortáveis, trilhas sinalizadas, mapas detalhados, carregadores e toda a infra-estrutra que qualquer excursionista gostaria de encontrar em um Parque Natural sem perder as características de um altêntico trek pelas montanhas.
Iniciando a Expedição Hoerikwaggo.
Um dos idealizadores da trilha e ex-diretor do Parque, Brett Myrdall, foi quem capitaneou um processo de africanização do nome da trilha que rebatizou com o nome nativo de Hoerkwaggo, cuja tradução é “Montanhas no Mar”.
Estamos em março, bem alojados em uma casa em Camp´s Bay quando toca o telefone e nosso amigo Pedro dá o apito inicial. - Vamos partir hoje a tarde, preparem as mochilas e comida que o Bratt deu o ok. Os abrigos e o Parque tem hora para fechar, somos convidados de honra e não podemos nos atrasar. Partimos, Eu, Sandra e Pedro para a tão sonhada aventura.
De Camp´s Bay até o Parque são 63km de uma estrada de tirar o fôlego, algo parecido com a Av. Nyemaier aqui no Rio.
Chegamos no abrigo as 16h, deixamos ali nossas bagagens e nos apressamos a percorrer os dois quilômetros que nos separavam do Cabo da Boa Esperança. A caminhada, a passos rápidos, já nos deu a noção do que nos esperava nos próximos sete dias. O Oceano Atlântico a oeste e o Índico a leste ficando vermelhos com o sol poente, montanhas intermináveis, as praias de areia muito fina, a rica fauna com baboons vinvendo em harmonia netre os visitantes, avestruzes pastando tranquilos enquanto posavam para nossa contemplação...
No Cabo propriamente dito ficamos impressionados com a ótima infraestrutura de restaurantes e com a qualidade do manejo. As passarelas de madeira e o acesso para cadeirantes foram as coisas que mais chamaram atenção. Eu e Sandra já estávamos estupefados com tamanha beleza e super anciosos para calçar nossas botas e ver o manejo das trilhas. Depois de chegarmos ao farol do Cabo, nos marcou uma placa em forma de seta apontando para o Rio de Janeiro, dali são 6.055 quilômetros. Realmente é muito grande a distância que nos separa do manejo Sulafricano e dos nossos Parques tupiniquins.
É hora de aquietar os sentidos e nos preparar para o dia seguinte que seria o primeiro dia de caminhada na Hoerikwaggo.
No próxima post começaremos a caminhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário